domingo, 28 de setembro de 2008

Política: mercado pesqueiro ganha espaço na capital

Políticos discutem melhor forma de vender peixe

Paula Mattäus

Pesquisas feitas por um deputado distrital revelam: aumentou o consumo de pescados entre as classes A e B. O deputado Cabo Patrício – Líder do PT na Câmara Legislativa – “descobriu” o que uma publicação de grande circulação já havia descoberto. A compra – com recursos públicos – de 1quilo de camarão por R$ 3.023,83. Um quilo representaria 72 camarões. Cada camarão saiu pela quantia de R$42.

Nenhuma novidade se a excentricidade não tivesse partido do governador José Roberto Arruda. Em tempos de eleição, deve – se ter muito cuidado, já que a disputa entre vermelhos e azuis nesta cidade é mais que tradição. Um verde vai correr por fora, e a guerra? Apenas começou. Preparados ou não, vão se utilizar das graças do “deus de vermelho” e a qualquer ataque, repetirão o bordão mais conhecido na história desse país: “ deixa o homem trabalhar”.

Estes “preparados” dão uma de João Plenário e só agem quando publicações – mas tem que ser as importantes – dão o tom da pergunta. A resposta é bem conhecida: “ninguém me avisa”. Enquanto posturas são tomadas em relação às futuras candidaturas, a cidade sobrevive sendo explorada por um pequeno grupo que controla 50% de toda a renda, deixando o que é injusto, continuar ainda mais desigual.

Reclamar por ter um viaduto construído por R$ 25 milhões, é fácil. O difícil é não ter a mínima cerimônia de deixar isso explícito lá. Se tem uma coisa a qual o governador aprendeu com seus antecessores, é que um “bom” governo deixa grandes obras. Visíveis obras. Graças a construção do viaduto, por incrível que pareça, era uma obra de ordem necessária, a faixa com o protesto teve lugar para ficar, e o melhor: alguma serventia.

Tentar alienar uma população que anseia por justiça é crime. Se por um lado, uns estão a gastar o erário com pescados, outros querem se aproveitar do prato e ver o que sobra para a eleição. Mas o que dizer de um parlamentar que não é apoiado nem mesmo pela própria corporação? Ao invés de ataques, poderia abrir bem os olhos para ver a “obra de caridade” que o governador está a patrocinar. Se antes, os moradores de rua não tinham onde ficar, agora, eles poderão contar com o viaduto para se abrigarem...

Arruda parece estar muito ocupado, tem trabalhado bastante... O vice dele não o tem deixado em paz... São muitos acordos. É tanto trabalho, que jornais de Brasília tem de avisá – lo em que condições estão meninos e meninas na Rodoviária do Plano Piloto. A maioria da população sabe. Há muito tempo, faz parte da realidade de quem a usa. Está ali, tudo bem na vista. Só que o governador nunca teve tempo de aparecer por lá.

Ele, assim como outros, ficam a estudarem como melhor elaborarem seus cartazes. Observam, a cada momento, uma oportunidade de fazerem propaganda, sendo legítima ou não. Arruda ainda passará por grandes dores de cabeça. Foi o que conseguiu com promessas. O problema, é que estas não foram feitas a população e sim, a outro político. Talvez, Arruda não consuma tantos peixes. Os usa como objeto de estudo. Caso queira se reeleger, precisará de uma boa técnica. A primeira lição, consiste em saber como vendê – los.

domingo, 14 de setembro de 2008

Política: quebra de sigilo telefonico está com dias contados

Quebra de sigilo telefônico por 1000 reais

Paula Mattäus*

Reportagem deste domingo, 14 de setembro, de Leonardo de Souza para Folha de São Paulo, revela que pessoas que se intitulam detetives particulares ou funcionários de empresas de telefonia, cobram menos de R$ 1000 para fornecer o extrato de ligações e torpedos de assinantes. Para se comprovar a denuncia, deputados compraram seus próprios dados, com a ajuda da reportagem.

Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Aloizio Mercadante (PT-SP) e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) foram os participantes na compra. A publicação comprou de cinco vendedores os dados telefônicos. Um cobrou R$ 700 pelo extrato de um mês, mais R$ 100 pelos torpedos. Outro pediu R$ 600 só pelas chamadas feitas.

Com o ocorrido com a Abin e temendo novas aparições de grampos, na última quarta-feira, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou um projeto de lei que agrava a pena para o uso ilegal de interceptações telefônicas. A pena prevista é de dois a cinco anos de prisão, além de pagamento de multa.

No caso de servidor público, a pena será agravada em 50% -podendo chegar a 7 anos e seis meses. A proposta aprovada não precisa passar pelo plenário do Senado antes de ser enviada à Câmara dos Deputados.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) propôs uma emenda que proíbe a comercialização dos equipamentos para interceptação telefônica, o que inclui aparelhos de informática e equipamentos de varredura. Em texto apresentado, a venda só poderá ser feita após a regulamentação do Ministério da Justiça.

A partir da aprovação do projeto de lei, o grampo telefônico autorizado pela Justiça não pode ultrapassar 60 dias, podendo ter o limite de até o limite de um ano. Cada prorrogação dependerá de outra decisão judicial, que terá, como base, as argumentações feitas pela autoridade responsável pelo inquérito em questão.

A proposta de lei também estabelece normas para os procedimentos adotados para se conseguir as autorizações judiciais de escutas telefônicas nas investigações policiais, como a devida descrição. Os dados devem conter indícios suficientes para que constem como crime.

* Créditos:
Folha de São Paulo

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Política: eleições 2008


Líderes em pesquisas no Rio mudam programas políticos
Paula Mattäus

Candidatos à prefeitura no estado do Rio de Janeiro apresentam desde o último dia 20, estratégias alternativas, principalmente em propagandas eleitorais exibidas na televisão. No dia anterior, pela primeira vez, foi apresentada a campanha dos candidatos a vereador. As campanhas de maior impacto – a dos majoritários - são finalizadas por especialistas de marketing. A campanha reúne 22 candidatos e tem em sua liderança nas pesquisas, o senador Marcelo Crivella (PRP) e Eduardo Paes (PMDB) que apresentam, hoje, alterações em seus respectivos programas.

Marcelo Crivella, que no último pleito, em 2004, ficou em segundo lugar com 753.189 votos, no qual foi vencido pelo atual prefeito César Maia (DEM), com 1.728.853 votos. É o candidato que tem a maior rejeição entre os demais, em pesquisa revelada pelo instituto Datafolha, no dia 07 de setembro, em uma disputa que reúne Jandira Feghali (PC do B), Solange Amaral (DEM), Fernando Gabeira (PV) e Chico Alencar (PSOL). A pesquisa revela que 33% dos eleitores disseram não votar em Crivella de maneira alguma.
Crivella segue a mesma linha de Lula, que tem como publicitário Duda Mendonça. Duda esteve no Rio, em um hotel para gravar a campanha do senador. Tudo em um clima bem família. Marcelo Crivella se apresentará ao lado da mulher e dos filhos. Crivella, que tenta se livrar do mal estar causado pela paralisação das obras no morro da Previdência, teve programa alterado por decisão da Justiça Eleitoral. O candidato mostra, em programa anterior, uma obra que foi contestada pela favela. A edição apresentava a construção de uma casa em apenas três dias. A casa já existia e teve, somente, telhado e pintura renovados.

A rejeição a Eduardo Paes é de 14%, totalizando 19 pontos a menos que o candidato do PRP. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Renato Pereira, responsável pela propaganda de Eduardo Paes (PMDB), disse ao site G1 “esperar os últimos acontecimentos” para fechar a última edição do programa. Garantiu também, a participação do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), nos programas de seu cliente. Paes é o candidato com maior tempo de exposição no vídeo (6min 48s). A participação do governador ainda não tem data prevista para ir ao ar. “Gravamos com o governador, mas não sei ainda quando vamos divulgar. Quero apresentar as principais propostas e o clima favorável para ele – Paes – recebe nas ruas. Será um programa simples, uma revista eletrônica com as principais agendas dele”, disse o diretor da campanha de Eduardo Paes.

domingo, 7 de setembro de 2008

Política: eleições nos EUA

Pleito se definirá por questão racial

Paula Mattäus*

As eleições norte – americanas definirão, esse ano, uma questão importantíssima. A questão racial. De um lado, John McCain, branco. Do outro, Barack Obama, 46 anos, nascido em Honolulu, Havaí. A retórica de ambos, voltada a pessoas de cor negra e branca, solicita a união dos norte – americanos, mas não exclui o tema racismo do debate político.

Se eleito no próximo pleito, Obama, que tem maioria de votos em estados onde há grande população de negros, poderá realizar o sonho, o grande sonho do líder Martin Luther King Jr. morto em 1968. “Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos essas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. (...)Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”.

Em discurso, Obama deixou claro que uma das políticas adotadas, caso venha a ser eleito é a da igualdade entre os homens, já que raça só existe uma. A raça humana. “Não posso renegá – lo (o reverendo Jeremiah Write) pelo mesmo motivo pelo qual não posso renegar minha avó branca, uma mulher que ajudou a me criar, uma mulher que se sacrificou por mim inúmeras vezes, (...), mas que, em certa ocasião, me confessou ter medo dos homens negros que cruzavam seu caminho nas ruas, e que em mais de uma ocasião pronunciou estereótipos raciais que me fizeram estremecer”.

As palavras de Obama muito lembram as Luther King. No ano do 40º aniversário da morte do líder, o senador traz de volta as afirmações que fizeram das palavras de Martin, um dos discursos mais importantes da história, já contando com o apoio de 83% de apoio do eleitorado negro. Palavras infelizes, porém, não deixam de terem presença nas prévias. O ex- candidato à vice – presidência Geraldine Ferraro quando integrava o comitê financeiro de Hillary e renunciou após afirmar que Obama só chegou à liderança da corrida presidencial “porque é negro”. Não só Ferraro expressou esse tipo de opinião. O ex – presidente Bill Clinton disse em campanha de sua esposa que o “senador negro já era um sonho”.

De acordo com estudos de Clayborne Carson, diretor do Instituto de Pesquisa Martin Luther King Jr da Universidade de Stanford, em nenhuma eleição presidencial, desde 1964, a maioria branca e a maioria apoiaram um único candidato.

A intolerância é um tema amplamente discutido nos ambientes sociais e a questão racial, ainda é, nos EUA, um parâmetro importante nas eleições. Os Estados Unidos é um país extremamente racista em que turistas são todos os dias extraditados ou deportados por questões de classe, mas, principalmente, de cor. Obama está sendo um revolucionário, pois, têm em suas concepções uma nova américa criada pela mistura entre brancos, negros, asiáticos e latinos.

Não se sabe ao certo se as questões de raça e dos imigrantes serão pautadas como quesito a ser impresso às urnas. Só se sabe que as eleições norte – americanas se realizarão no dia 4 de novembro. Até lá, muita coisa boa ou ruim poderá acontecer. Até mesmo um possível assassinato de Barack Obama. - Que Deus não permita! -

Vale lembrar que todos aqueles que se demonstraram à revelia do processo imposto, tiveram um final, se não igual, parecido.

* Créditos:
Correio Braziliense:
http://www.correioweb.com.br/

e ao site:

http://www.barackobama.com/