segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Política: “Política da Jurema”

Paula Mattäus


Outro dia, ao procurar por alguma programação interessante por alguns canais, uma dessas celebridades que insistem em aparecer dando entrevistas me chamou a atenção. O que mais me surpreendeu não foram os míseros 60 centímetros de pano os quais lhe envolviam o corpo. Não, (aquilo realmente não era um traje). O que me fez ouvi-la foi o fato da famosa em questão declarar que “gostaria de ver a volta da época do funk de raiz”.

Não contive o riso por um bom tempo. Ignoro certas coisas do gênero. Sei que há o samba de raiz. Por falarmos em samba, estamos em pleno carnaval, (a não ser na Bahia, estado da Federação onde a festa é comemorada desde o inebriar do último cheiro de pólvora dos fogos da passagem de ano). Nunca havia ouvido falar em um funk desse tipo, a não ser que um mestre de Cerimônias tenha feito alguma composição, dessas que ouvimos por aí, nas ruas, “cheias de lirismo e poesia”, com o objetivo de homenagear algum verdureiro.

Sinceramente, agradeço a cidadã que prestou este esclarecimento, (o qual eu não tinha) por ter, além de ensinado um pouco da história do gênero musical, ter me feito refletir sobre o nosso parlamento. Assim como o funk, há uma política de raiz?

Em política, principalmente, na nacional, três vezes quatro pode ser 12. Quem sabe, 13. Amanhã, 15. Se a bancada decidir, o líder diz que é 45. Ou não.

Admiro as tradições e as crenças de todos os povos. Recordei-me que é comum entre as comunidades indígenas o uso de ervas curtidas em bebida quando da ocasião de rituais para a evocação de seus respectivos deuses, entidades do bem, os protetores das tribos.

Os índios mascam folhas de coca, (hábito comum nos países andinos) ingerem a bebida e, em questão de minutos, o que se pode ser observada é gente falando palavras desconexas. Alguns cantam, outros dançam. No final, todos os praticantes se compreendem.

Ritual comum no nordeste brasileiro, mais precisamente no sertão, é a “Farra da Jurema”. Os sertanejos colhem a erva, (a qual, na região, é encontrada com facilidade) fazem um chá ou deixam curtir em bebida alcoólica. Eles tomam algumas doses com a finalidade de “receberem” o espírito da “Cabocla Jurema”. Então, a cena se repete. Os devotos cantam, dançam, falam coisas sem sentido, caem no chão. Chegam a auto – flagelação. O engraçado é que, naquela localidade, também, todos se entendem.

Levando em consideração que de forma lúcida, não consigo entender a política desse país e, principalmente, os políticos eleitos por essa nação (e, é claro, por mim) fico imaginando que, se de repente fosse promovida uma cerimônia similar, no Congresso Nacional, na qual todos pudessem levar algo para curtir, (coisa boa... Tem que ser com estilo. Não levaríamos “bagulho”!) a gente poderia se sentar na rampa, ficar olhando para aquele céu...

No final, quem sabe, talvez, poderíamos ter a solução para os problemas do Brasil.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Política: PMDB em ousado voo solo

Líderes do PMDB da região sul definem nome do governador do estado do Paraná, Roberto Requião, como possível candidato do partido à presidência da República


Paula Mattäus



O PMDB, partido que mais elegeu prefeitos nas eleições de 2008, tem aproximadamente 1/5 de parlamentares nas cadeiras da Câmara e a presidência das duas Casas legislativas (Câmara e Senado Federal). A agremiação teria motivos em evidência para não se expor, a menos que fosse ao encontro dos planos do atual governo. Porém, a legenda não espera mais estar em segundo plano. Em convenção na cidade de Curitiba, parlamentares do partido tomaram ciência do plano de voo pretendido pelo diretório regional. Com ou sem a aprovação de um PMDB dividido, alguns dos filiados da agremiação decidiram que é hora de comandar, ao lançar Roberto Requião como possível candidato à presidência da República.

O diretório regional do PMDB reuniu-se dia 21 de novembro em convenção realizada em Curitiba, Paraná. Na reunião, de forma unânime, a legenda decidiu pelo nome do governador do estado à uma possível disputa como um dos concorrentes ao mais alto posto do executivo. Porem, o acordo geral parece não ter ultrapassado as fronteiras da região sul do país. No centro – oeste, uma das questões na pauta da agremiação é saber quem, assim como o senador Pedro Simon, cederá espaço a quem.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) prefere apoiar o nome de Roberto Requião por considerar o atual governador do estado do Paraná um importante candidato. Simon, apontado por ser um dos nomes fortes da legenda na candidatura à presidência da República, questionado quanto a não escolha de uma campanha pessoal demonstra ter optado pela auto - preservação. “O problema é que, as minhas posições em crítica a cúpula partidária na tribuna do Senado em cobrança aos erros, os equívocos e até mesmo pela corrupção por parte de alguns membros do partido tem sido muito duras. Se eu me lançar (candidato), eles (a cúpula) abrem uma guerra contra mim. Tenho de ter o bom senso para ajudar ao partido”, diz.

A frente parlamentar pró-Requião cria uma situação constrangedora para Michel Temer (PMDB-SP). O parlamentar terá de se definir quanto a postura a ser adotada por ele frente ao partido, fato o qual poderá trazer transtornos para o presidente da Câmara em relação ao governo do Partido dos Trabalhadores (PT). “Ou ele (Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, PMDB-SP) aceita ser presidente ou ele (Temer) aceita a candidatura de Requião”, afirma Eduardo Moreira, presidente do diretório do PMDB-SC.

Para o senador Álvaro Dias (PMDB-PR) uma candidatura própria, da agremiação, é o eterno dilema do PMDB. “Tivemos o Ulysses Guimarães como candidato. Depois, o Orestes Quércia e a partir de então, o partido não usou a sua força. O PMDB tem história, um enorme patrimônio eleitoral, é realmente o maior partido do país. Uma candidatura própria do PMDB é normal. O que se espera é que o partido assuma a responsabilidade de dar uma alternativa de poder ao país”. Entretanto, Dias observa que, para o alcance dos objetivos, a legenda terá de escapar das atuais regras impostas pelo fisiologismo. “Eu acho que, no quadro atual, a ousadia tem vez”, considera.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PEC 386/2009 a qual trata da obrigatoriedade do diploma de jornalista é aprovada na CCJC da Câmara

Proposta da Câmara será incorporada à PEC 33/2009, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). As duas Casas visam a agilidade nos trabalhos


Foto: Paula Mattäus


















Deputada Rebecca Garcia (PP-AM) comemora a aprovação da PEC 386/2009 e pede a instauração da comissão para iniciar os debates



Paula Mattäus



Na votação de hoje, na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), foi aprovada de forma unânime a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 386/2009, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que tem como relatores os deputados Maurício Rands (PT-PE) e Rebecca Garcia (PP-AM), presidente da “Frente Parlamentar em defesa da exigência do diploma em Comunicação Social / Jornalismo para o registro profissional de jornalista”.

A deputada Rebecca Garcia telefonou para a presidência da Casa solicitando uma audiência para que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), possa criar uma comissão especial a qual terá por volta de 40 sessões para a apreciação e discussão do texto. Para que a Proposta seja encaminhada ao Senado, ela precisará ser votada em dois turnos no Plenário.

O deputado Paulo Pimenta acredita que o resultado da votação foi ao encontro dos tramites de sua Proposta por considerar a importância dessa primeira etapa em todo o processo.

A Câmara deferiu a PEC 386/2009 principalmente pela questão da admissibilidade, o que faz a Proposta ser analisada por méritos constitucionais. “Nos entendemos que a Proposta avançará rapidamente, porque os argumentos até agora expostos para obrigatoriedade do diploma quase sempre se colocam no campo da constitucionalidade”, avalia.

A segunda fase do processo para aprovação da “PEC dos Jornalistas” será a formação de uma comissão específica que terá a missão de elaborar o parecer a ser levado à Plenário.

Pimenta considera a questão da polêmica gerada pelo veto ao diploma para o exercício da profissão de jornalista um equívoco conceitual por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). “A Constituição consagra o princípio da liberdade de expressão, a liberdade de informação democrática. O artigo 220 da Constituição foi incluído nela como uma barreira contra a censura”, afirma.


Foto: Paula Mattäus




Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acredita que a aprovação da PEC de sua autoria foi uma importante vitória no início de uma batalha


O petista lembra que a Constituição garante a todos o direito à saúde. No entanto, não é de competência de qualquer tipo de profissional o ato de examinar pacientes. O parlamentar também considera a complexidade do trabalho jornalístico. Para Paulo Pimenta, as decisões como foram tomadas levam os donos de veículos de comunicação a avaliarem quem é ou não jornalista. “É errada a decisão do Supremo Tribunal Federal, por isso há a necessidade que ela seja revista”, conclui.

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), autor da PEC 33/2009, com tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), do Senado Federal, em apoio ao deputado Paulo Pimenta, pretende confrontar os textos da Câmara e Senado Federal de maneira a elaborar uma só peça a ser divulgada nas duas Casas.

Em entrevista, Valadares disse que o presidente da CCJC, Demóstenes Torres (DEM-GO), havia lhe comunicado a decisão de pedir vista à Proposta, fato este o qual levará ao atraso na aprovação da “PEC dos Jornalistas” no Senado.

A medida trará benefícios ao texto. “Vamos fazer uma redação só na Câmara e Senado. Ele (Paulo Pimenta), vai alterar o texto dele, eu o meu, e ficarão iguais. Queremos encurtar caminhos. Até as vírgulas serão iguais”, perfeccioniza Valadares.

A deputada Rebecca Garcia (PP-AM), considera que a ação corrente nos bastidores das Casas é a de prestigiar aqueles que estão há mais de 20 anos exercendo a profissão de jornalista e não os estudantes que estão se formando recentemente. Rebecca acha que possivelmente algo venha a ser construído neste sentido, porém as deliberações dependerão da comissão a ser instalada. Ficarão estipulados, para a aquisição do registro (DRT), o tempo de profissão e experiência dos profissionais os quais não possuem graduação em jornalismo. Também será valorizada a questão do notório saber.

Se por um lado a junção de textos poderá trazer celeridade à aprovação da PEC, por outro poderá haver um atraso na formação da comissão para debatê-la. O PSDB é uma das legendas que se posicionaram contra a Proposta. No Democratas há uma divisão: são dois parlamentares contra e dois a favor da “PEC dos Jornalistas”. A aprovação da Proposta e o andamento dos trabalhos dependerão das indicações dos líderes dos partidos.

O curioso fato é que a reunião a respeito da obrigatoriedade do certificado para o exercício da profissão de jornalista marcada para o último dia 4 não terminou da forma prevista. Rebecca Gacia, presidente da frente parlamentar, acompanhada pelos deputados Maurício Rands e Paulo Pimenta, compareceu ao Supremo para se encontrar com o ministro Gilmar Mendes.

De forma surpreendente, Mendes mudou o discurso. “Ele (Gilmar Mendes), se demostrou inteiramente receptivo à idéia. O ministro disse que apenas precisa que o acórdão seja publicado para que nós (os deputados) possamos trabalhar em um projeto com alguma saída que venha fazer com que a gente (idem) consiga fazer de maneira correta, de maneira justa, o reconhecimento do diploma e a necessidade dele para o exercício da profissão de jornalista”, disse.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Política: Integrante da “Casa dos deuses” irá se explicar na “Casa do Povo”

Foto: Paula Mattäus
















Deputada Rebecca Garcia (PP-AM), em trabalho paralelo junto a relatores da PEC 386/2009, anseia por ouvir ministro do STF, Gilmar Mendes


A “PEC dos jornalistas” será um dos motivos para que o ministro do STF Gilmar Mendes e principais relatores da Emenda se reunam no dia 4 de novembro na Câmara Federal.


Paula Mattäus



A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 386/2009 de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a qual, inicialmente, estava na pauta de votações para os dias 20 e 21 de outubro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), teve a votação adiada para a próxima quarta-feira, 28. Por motivo de inversão na ordem do dia, dez projetos que deveriam ser avaliados na semana que vem entraram na lista de votações. Após anuncio de adiamento da votação da PEC, o relator, deputado Maurício Rands (PT-PE), se dispôs a pedir que na próxima terça-feira, 27 de outubro, haja uma nova alteração na pauta e que se dê prioridade à Emenda para que seja votada em sessão seguinte, a ser realizada quarta-feira, dia 28.

Após aprovação da Proposta na CCJ, será criada por Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados, uma Comissão específica para debatê-la. A Comissão terá por volta de dez reuniões para pontuar cada inciso do artigo 220 da Constituição a ser complementado. Um dos incisos diz respeito à medida a qual será tomada em relação a profissionais que estão no mercado há algum tempo, porém não são graduados em jornalismo. Após o término das dez reuniões da Comissão da “PEC dos jornalistas”, a Emenda irá a plenário para ser votada. Os trabalhos para a aprovação da PEC 386/2009, na Câmara Federal, deverão ser finalizados em dezembro ainda deste ano.

A deputada Rebecca Garcia (PP-AM), presidente da “Frente Parlamentar em defesa da exigência do diploma em Comunicação Social / Jornalismo para o registro profissional de jornalista” irá se reunir, no dia 4 de novembro, com os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Maurício Rands (PT-PE). Os parlamentares terão um encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O autor da Emenda, o relator e a presidente da Frente esperam ouvir esclarecimentos a respeito dos motivos que levaram o ministro a decidir a favor da não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. “A partir desse momento, eu vou ter uma noção bem clara do que o motivou (ministro Gilmar Mendes) a tomar essa decisão. Vou escutar os argumentos do ministro. Ele deve ter, com certeza. Mas, nós também temos os nossos e queremos expor”, declara a deputada.

Daniela Goulart, coordenadora do curso de Comunicação - Jornalismo do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) defende a obrigatoriedade do diploma e analisa que em parte, a decisão do STF se deve ao lobby praticado por donos de empresas de comunicação tendo em vista a não limitação dos trabalhos de seus colaboradores. “Esse tipo de iniciativa, principalmente no interior, somente atende aqueles que são apadrinhados por políticos. O mercado deveria dar oportunidades a pessoas que passaram por um curso, porque todas as profissões, desde a mais simples que seja, exige conhecimento específico”, disse.

Os trabalhos da “PEC dos jornalistas” na Câmara dos Deputados e Senado Federal foram estimulados pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual, no dia 17 de junho, por oito votos contra e um a favor da permanência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, derrubou a obrigatoriedade do certificado. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello deliberou a favor da manutenção do diploma.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Política: “Casa do juízo final” não será a última instância para jornalistas

Foto: Gilberto Nascimento - Agência Câmara











Paulo Pimenta (PT-RS), um dos primeiros parlamentares que se opuseram contra a decisão do STF




Deputado petista faz vezes de Josué ao protocolar PEC que terá possibilidade de indeferir a decisão do STF quanto a não - obrigatoriedade do diploma de jornalismo



Paula Mattäus


O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), graduado em jornalismo é um dos parlamentares que estão à frente na luta pela “queda das muralhas da Casa dos deuses”. Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 386/2009, a qual tem como objeto a volta da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, não dará 13 voltas, assim como o numero de sua legenda, em torno do Supremo Tribunal Federal (STF), mas o “tocar das trombetas” a partir desta semana promete começar a comprometer as estruturas do Tribunal. Se aprovada no primeiro semestre do ano que vem, a Proposta se tornará lei.

A PEC que entrará em votação nos dias 20 e 21 deste mês, tem como uma de suas garantias não ferir o texto constitucional. Esta foi uma das reivindicações da Comissão, a qual também participa a deputada Rebecca Garcia (PP-AM), relatora da “Frente Parlamentar em defesa da exigência do diploma em Comunicação Social / Jornalismo para o registro profissional de jornalista”.

A Emenda poderá ser sancionada pelo presidente Luíz Inácio Lula da Silva em período eleitoral, o que provavelmente não descartará o interesse em dividendos por parte do governo por conta de uma possível aprovação do texto. Quanto a esta questão, o deputado petista Paulo Pimenta prefere avaliar as perdas. “Não gostaria que a PEC se transformasse em dividendos para esse ou aquele partido. Nosso intuito é que se repare um equívoco cometido contra a sociedade brasileira, de forma mais rápida possível”, disse. O deputado também faz uma aposta de forma entusiasmada: “Eu confio muito na aprovação da nossa Proposta até o primeiro semestre de 2010”, revela.

O artigo 220 da Constituição a ser complementado a partir da Proposta terá o seguinte texto: “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, atendido o disposto no artigo IV, V, X, XIII e XIV e observada a necessidade de diploma de curso superior de jornalismo, devidamente registrado nos órgãos competentes, para o exercício da profissão”. A Emenda Constitucional, também conforme o artigo terceiro entrará em vigor na data de sua publicação. Sendo aprovada na Câmara, a proposta será levada para votação em Senado.

Romário Schettino, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, observa com descrédito o fechamento de cursos superiores com graduação em jornalismo. Schettino considera que aqueles os quais se interessarem por uma graduação devam fazer o curso superior na habilitação, a qual seja possível atuar de forma prazerosa. “Escolha o melhor curso e batalhe por isso. Defenda o curso e “meta as caras”, pois na hora em que for competir no mercado de trabalho terá de ser o melhor. Não importa que seja economista ou advogado... Se você é um bom jornalista, se preparou para isso, sempre terá chances”, alerta.

A PEC dos jornalistas teve parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para ser aprovada, a Proposta precisa receber 1/3 dos votos dos deputados da Câmara, o que contabilizam, no mínimo, 171 posições favoráveis à Emenda, e pelo menos 27 votos a deferirão no Senado Federal. Na Câmara, a PEC 386/2009 conta com o apoio, para aprovação, com votos de 191 parlamentares, um excedente de 20 votos para levar a Emenda para apreciação no Senado.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Incoerências em nota técnica explicam 240 milhões em conta no BRB


GDF mantêm em fundo de investimento de banco estatal verba destinada à saúde. A não aplicação de recurso pode ser explicada: ter como possível garantia a liquidez do BRB



Paula Mattäus


A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal emitiu parecer para dar explicação quanto à utilização da receita destinada a área de saúde e a não aplicação de todo o recurso repassado para tal. A nota técnica, a qual se refere aos dois últimos anos da legislatura anterior, e, aos três primeiros anos do governo Arruda trata do cumprimento efetivo da Emenda Constitucional 29, porém não esclarece, de fato, como o Governo ainda mantém em caixa 63,05% dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde em 2008. Este valor ultrapassa a quantia de R$ 240 milhões.

Jairo Bisol, promotor titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Saúde (1ª PROSUS), esclarece que o órgão pediu uma fiscalização visando o cumprimento da Emenda Constitucional 29. O promotor constatou que o Governo estava cumprindo a emenda, mas, ao fazer uma análise mais criteriosa verificou que havia um excesso de recursos, dentre os repassados pelo Governo Federal ao GDF. As receitas em demasia eram destinadas a um conjunto restrito de programas específicos para a saúde.

Diante da divulgação da nota técnica, o Ministério Público, por intermédio do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), tendo como interventor o promotor Jairo Bisol, solicitou uma auditoria nas contas do GDF referentes ao capital destinado à saúde, abriu um processo de investigação e convocou para prestar depoimento o diretor do Fundo Distrital de Saúde, Evânio Tavares Machado.

Evânio Machado, em depoimento, expôs uma série de dados técnicos. Ele relatou que uma parte do erário repassado ao governo do Distrito Federal seria de restos a pagar, outra parte da receita seria do orçamento de 2009 em execução e apenas uma porcentagem do valor corresponderia a recursos não executados. Diante de medidas a serem adotadas pelo Ministério Público, a Denasus estabeleceu um prazo de três semanas para que o diretor apresentasse todos os documentos, de forma a endossar, com transparência, os esclarecimentos prestados.

Na documentação fornecida pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a qual passou por uma medida de redução a termo e pelo crivo de uma análise técnica especializada do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), foram encontradas informações incompletas e inconsistentes. “Senti que faltou um pouco mais de seriedade por parte do Governo. Dei um voto de confiança ao diretor do Fundo de Saúde”, disse o promotor Jairo Bisol.

No parecer técnico emitido pela Secretaria, contendo cinco páginas, há informações superficiais. Os informes não comprovam a aplicação dos recursos federais pelo FNS, do Ministério da Saúde, para o Fundo de Saúde do Distrito Federal (FS – DF) com a finalidade de financiar a assistência Farmacêutica na Atenção Básica (IAFAB) no valor de aproximado de R$ 15.873 milhões. Também, na mesma nota, há a ausência de prestação de contas no relatório de gestão anual, referentes aos anos de 2006 e 2007, quanto ao recurso do IAFAB.

Em demonstrativos de 33 contas investimento emitidos pelo BRB e discriminados em tabela pelo Fundo Nacional de Saúde aparecem, por exemplo, valores destinados à Vigilância Sanitária, Saúde Mental, Vacinação, Hanseníase, Laboratório Público, Hipertensão e Diabetes, Medicamentos para Asma e Rinite, além de outros programas de prevenção, combate e assistência, listados com valores discriminados em 31 de março de 2009.

Porém, para esses programas, curiosamente, não existem dados sobre os valores repassados no ano de 2008. A nota esclarece que a falta de informações “se deve ao fato de não ter sido possível identificar na página do Fundo Nacional de Saúde os valores transferidos”. E, possivelmente, não vão ser comprovadas, nem a destinação, muito menos a aplicação destes valores; haja vista que, para os laboratórios públicos, por exemplo, foram repassados exatos R$4.362.446,00 milhões, em declaração prestada em 31 de março pela secretaria de Saúde, porém, não há valor algum no discriminante repassado pelo GDF à saúde para este fim, no ano anterior.

A aplicação real destes dados pode ser comprovada atualmente. Nos laboratórios de postos e hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde, (SUS) há a falta de reagentes para exames de imunologia, bioquímica, hormônios, dentre outros. O fato não é ocasionado por falta de verba. Afinal, a nota técnica informa que o total repassado pelo Ministério da Saúde ao GDF, em 2008, corresponde ao valor exato de R$ 378.257.696,81 milhões. Destes, mais de R$ 240 milhões ainda estão depositados em fundos de investimentos.

Diante da postura adotada pelo diretor da Secretaria de Saúde, o promotor Jairo Bisol protocolou um ofício pedindo detalhamentos técnicos com todas as informações sobre dados que gostaria de dispor a respeito de pareceres sobre a aplicação e uso dos recursos. O promotor também expediu ofício ao Denasus solicitando uma nova auditoria a respeito dos informes emitidos pela secretaria por considerar a nota divulgada mal formulada.

Bisol acha importante que situações as quais estão implicadas a utilização, ou não do erário de forma a atender seus devidos fins devam ser expostas pela mídia por considerar que fatos como este tem de ser ilustrados de forma transparente. “O governo tem que explicar. Eu fui à mídia dizer que o governo tem que explicar tudo isso”, disse.

Foto:Paula Mattäus














Jairo Bisol, promotor titular da 1ª Promotoria de Justiça: Nota técnica para "inglês ver"


Mais perguntas, menos explicações

A grande quantidade de capital para a saúde acumulado, gerando juros e correções em 33 contas investimento, pode estar sendo investida no mercado financeiro pelo Banco Regional de Brasília (BRB).

A partir do que pode ser apurado, o Ministério Público avalia que, o BRB, um banco aparentemente em estado de falência, possivelmente passou a praticar funding, ou seja, um estado de consolidação financeira das dívidas de curto prazo num lapso de tempo adequado à maturação do investimento e sua amortização, não somente com erário destinado à área de saúde. Com isso, a instituição visou à possibilidade de emprestar capital à iniciativa privada a juros de mercado. Assim, o banco regional poderia estabelecer sua recuperação econômico-financeira.

Em janeiro deste ano, o GDF anunciou a venda do BRB. Sabendo-se que o banco é estatal, mas também tem ações em mãos de particulares, a medida tinha, possivelmente, um único objetivo: tornar o Banco Regional de Brasília (BRB) um “Banco da Sociedade Anônima (S.A)”.

O que a “Sociedade Anônima” não esperava era o grande interesse por parte dos principais bancos privados do país, como Itaú e Bradesco, que entraram na disputa por acreditar que era um negócio lucrativo. Em meados de março, o Banco do Brasil (BB) também deu fé à negociação, para descontentamento dos “sócios”. Alguns lamentaram, afinal, esta não foi a primeira vez que o BB frustrou planos de integrantes do Governo.

A assessora do governador, Adriana Motta, em e-mail enviado, informou que, em virtude do curto período para a entrevista e por conta de uma viagem agendada anteriormente, o governador não poderia prestar esclarecimentos.

Procurei também o secretário de Saúde Augusto Carvalho, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde e comparecendo a Secretaria para que fossem ouvidos esclarecimentos da parte do secretário, porém, ele não pode atender.

domingo, 8 de março de 2009

Como diz o Nóia - Pinóia



Vejam o senhor Nóia - Pinóia em ação:


http://www.youtube.com/watch?v=VmQqZJZ4VcU

Eu sou do bem

Paula Mattäus

É tão ruim ter opinião e não poder falar nada! Sei que não vou agüentar, porém, para quem faz a “egípcia” há quase 13 anos, passar mais 30, 40 anos na prática, não será lá grande sacrifício. (Assim espero...).

A gente fica mais velho, (mais velho não, experiente!). Não sinto que isso seja sinal de progresso. Me desculpem caros leitores, o desabafo é sincero. Infelizmente, algumas coisas ainda insistem em fazer parte da vida!

Hoje é um dia especial para as mulheres. Aqui, pelo menos, eu posso dizer o que acho, ou melhor, o que tenho certeza! A tua obrigação, você, mãe, é de ensinar a teus filhos desde pequenininhos como se devem tratar as meninas. Assim, não serão uma vergonha para a sociedade quando se tornarem homens.

Esta semana tive vontade de pegar um avião, colocar um cidadão dentro e alijar este no Triângulo das Bermudas. (Sabe, de uma hora para outra me esqueci das convenções de Paris, Havana, Varsóvia, Roma, Bruxelas e Chicago. Também, de todo o direito aeronáutico...) Dizer a uma mulher que ela é uma pessoa que cisca para dentro é aviltante! (Na verdade, não tenho melhor definição para classificar tamanha patifaria!)

Este tipo de coisa não se diz nem às “meninas” que vivem das ruas. Quem vive do meretrício também merece respeito. O pior é tentar corrigir, (deixa eu ficar quieta...).

Gostaria de ser nordestina em uma hora como essas: dizer que chamar uma mulher de galinha, no nordeste, é um elogio, nem na terra dele! Será que este senhor faz este tipo de elogio à irmã dele? Se eu fosse nordestina e, da Paraíba... já pensou?!?! Não nego! Este cidadão não sairia inteiro nem do saguão do aeroporto! Iria fazer o serviço de pátio mesmo! (Não fiquem com raiva, aeroviários. Os aeronautas sabem da importância de vocês...).

Pegaria este indivíduo e deixaria preso, quem sabe, no Tubo de Pitot. Assim, poderia ver de perto o bordo de ataque! Bordo de fuga? Não, duvido muito que tenha coragem... precisaria cair de uma altura de mais ou menos 25 metros para vê – lo.

Ei, pode ficar calmo, não nasci no nordeste. Fico muito feliz de poder expressar minha indignação aqui e lembrar que, com o passar dos anos, fiquei mais refinada.

Evito perturbar a santa paz do universo com coisa pequena, porque a vida vale muito mais... Não se apavore, não vou "apresentar" o Tubo de Pitot pra você não.
Se bem que, quando tinha 15 anos, eu apresentava...(haverá alguém para confirmar).

Hoje, não preciso. A experiência ensina que se eu não fizer, terá sempre alguém que faça em meu lugar. A vingança não é o prêmio da guerra. É para isso que você vota! 2010 se aproxima, esse é o canal. Se não for sábio para escolher, o próximo xingado pode ser você!

Uma coisa caiu aqui no chão:
o bom de não ter um chefe é que isso preserva a cabeça bem em cima do pescoço.
O ruim de não ter um chefe é que você não tem alguém para apresentá - la...