domingo, 7 de setembro de 2008

Política: eleições nos EUA

Pleito se definirá por questão racial

Paula Mattäus*

As eleições norte – americanas definirão, esse ano, uma questão importantíssima. A questão racial. De um lado, John McCain, branco. Do outro, Barack Obama, 46 anos, nascido em Honolulu, Havaí. A retórica de ambos, voltada a pessoas de cor negra e branca, solicita a união dos norte – americanos, mas não exclui o tema racismo do debate político.

Se eleito no próximo pleito, Obama, que tem maioria de votos em estados onde há grande população de negros, poderá realizar o sonho, o grande sonho do líder Martin Luther King Jr. morto em 1968. “Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos essas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. (...)Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”.

Em discurso, Obama deixou claro que uma das políticas adotadas, caso venha a ser eleito é a da igualdade entre os homens, já que raça só existe uma. A raça humana. “Não posso renegá – lo (o reverendo Jeremiah Write) pelo mesmo motivo pelo qual não posso renegar minha avó branca, uma mulher que ajudou a me criar, uma mulher que se sacrificou por mim inúmeras vezes, (...), mas que, em certa ocasião, me confessou ter medo dos homens negros que cruzavam seu caminho nas ruas, e que em mais de uma ocasião pronunciou estereótipos raciais que me fizeram estremecer”.

As palavras de Obama muito lembram as Luther King. No ano do 40º aniversário da morte do líder, o senador traz de volta as afirmações que fizeram das palavras de Martin, um dos discursos mais importantes da história, já contando com o apoio de 83% de apoio do eleitorado negro. Palavras infelizes, porém, não deixam de terem presença nas prévias. O ex- candidato à vice – presidência Geraldine Ferraro quando integrava o comitê financeiro de Hillary e renunciou após afirmar que Obama só chegou à liderança da corrida presidencial “porque é negro”. Não só Ferraro expressou esse tipo de opinião. O ex – presidente Bill Clinton disse em campanha de sua esposa que o “senador negro já era um sonho”.

De acordo com estudos de Clayborne Carson, diretor do Instituto de Pesquisa Martin Luther King Jr da Universidade de Stanford, em nenhuma eleição presidencial, desde 1964, a maioria branca e a maioria apoiaram um único candidato.

A intolerância é um tema amplamente discutido nos ambientes sociais e a questão racial, ainda é, nos EUA, um parâmetro importante nas eleições. Os Estados Unidos é um país extremamente racista em que turistas são todos os dias extraditados ou deportados por questões de classe, mas, principalmente, de cor. Obama está sendo um revolucionário, pois, têm em suas concepções uma nova américa criada pela mistura entre brancos, negros, asiáticos e latinos.

Não se sabe ao certo se as questões de raça e dos imigrantes serão pautadas como quesito a ser impresso às urnas. Só se sabe que as eleições norte – americanas se realizarão no dia 4 de novembro. Até lá, muita coisa boa ou ruim poderá acontecer. Até mesmo um possível assassinato de Barack Obama. - Que Deus não permita! -

Vale lembrar que todos aqueles que se demonstraram à revelia do processo imposto, tiveram um final, se não igual, parecido.

* Créditos:
Correio Braziliense:
http://www.correioweb.com.br/

e ao site:

http://www.barackobama.com/