domingo, 14 de dezembro de 2008

Política: enquanto tarifas sobem, Lula incentiva consumo


Paula Mattäus

Início de um novo ano, novas contas a pagar. Pensamento pessimista, não? Em absoluto. O presidente Luís Inácio Lula da Silva gostaria aumenta – las. É pensando em você, caro leitor que ele está ainda a incentivar o consumo, mesmo com a previsão de reajuste de preços para algumas commodities, tarifas e serviços chegando a ultrapassar os 6%. O reajuste tem a finalidade de se equiparar os preços com a inflação em 2009 com a registrada no mesmo período deste ano que está por findar.

Com aumentos consecutivos na taxa básica de juros, (Selic) pelo Banco Central, aumento nos juros para empréstimos e uso de cartões de crédito, a economia está a dar sinais claros que pretende que haja uma desaceleração no consumo. Consequentemente, uma queda no crescimento do País é esperada para o próximo ano, o que vem de encontro aos pedidos e desabafos do presidente.

Lula faz declarações intrigantes, está ainda a pedir aos trabalhadores que consumam. Mesmo com o atual quadro econômico, o presidente incita, quem puder, que compre o carro zero, financie a casa própria, adquira uma. Enfim, diz ser este o melhor momento para a realização de projetos, antes adiados.

O que é controverso pode ser muito interessante, um pouco de mistério não faz mal a ninguém... Uma correção. Para toda regra, há uma exceção: o mercado. Este se mostra totalmente sensível às manobras do governo. É nesta hora que muitos estão a se perguntarem: mas em quem acreditar? Lula estaria a agir de forma masoquista? Nem tanto. Ou ele está a esperar que aconteça um milagre em que a economia mundial se recupere e, com isso, não se prejudique as ações decorrentes do mercado financeiro mundial a setores de base do País, ou caso contrário, usará aquela expressão que há duas semanas não sai mais da boca do povo, considerada por alguns e pela Rede Globo de Televisão como inaudível, para definir um possível grande colapso.

Com as pressões que anda a fazer nos bastidores, ao fazer menção sobre a necessidade da queda da taxa de juros, Lula parece estar do lado positivo da corrente. É o que pelo menos se espera, que neste momento o presidente saiba o que está a acontecer, que o bom senso chegue ao mercado. Também gostaria que os donos de postos de gasolina o tivessem. Assim, não teriam a cara – de – pau de cobrarem R$1,89 no litro do álcool combustível e R$2,89 no litro da gasolina. O jeito é andar de ônibus e, em Brasília, pagar R$3,00 de passagem.

O que é de grande ajuda, se você, estimado leitor, não conseguir aproveitar aqueles “descontos” de concessionárias que, finalmente, decidiram repassar para os consumidores, a redução de impostos como o IOF e IPI, taxa de juros zero e uma infinidade de meses para pagar.