segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Política não é a ciência da imparcialidade




Paula Mattäus

O último dia 4 pode ser considerado um dia importante para a história e política mundial. Barack Hussein Obama, candidato à presidência da República dos Estados Unidos da América pelo partido Democrata, 47 anos, foi eleito presidente da nação mais poderosa do mundo. A vitória de Obama foi bem recebida pelo governo brasileiro, entre outros, que acredita que “ nunca, na história daquele país, aconteceram mudanças tão significativas como as ocorridas no ano de 2008”.

Atirem, estimado,(a) leitor,(a), a primeira pedra quem não se emocionou com o fato. A maioria das pessoas as quais conhecemos dizem não gostarem ou entenderem de nada quando o assunto em questão é política. Contudo, são estas mesmas pessoas que mostram, por meio da expressão mais democrática existente,(o voto) que acreditam, esperam e ainda confiam em homens simples, pessoas como o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva e o recém – eleito presidente dos EUA. Acreditam que tenham o poder de, sozinhos, transformarem seus respectivos Estados em grandes nações. Apesar de não assumirem, sentem um encantamento.

Confesso que o assunto muito me comove. Chorei, ao assistir a cerimônia de posse do presidente Lula, em seu primeiro mandato, no início de 2003. Quando faço esta declaração, não pretendo que me vejam como um ser pior ou melhor por este simples fato. Muitos dirão que o papel do jornalista não seria este, que deve agir e reportar aos fatos de forma imparcial. Enfim, dirão “n” coisas sobre a figura de um ser que não pode. Tenta ser isento. Quem fala o que quer, não pára para se perguntar: e eu? Sou ou não imparcial? Cabe a cada um responder.

Acredito que enxergar, a quem escreve, de forma a lhe descaracterizar sentimentos, foi ou é, regra de um grupo restrito de influentes profissionais que ganham a vida para colocarem em manuais e códigos, um conjunto de regras visando apenas deixarem “a coisa mais bonitinha”. É sabido que, aqueles que fazem as leis, ou seja, os legisladores, são os primeiros a não cumpri – las. Isso é regra, desde o princípio.

Assim como de Lula, muita coisa se espera do senhor que se elegeu presidente dos EUA. Muitos se atentam em copiar cada gesto ou palavra que, para ele, somente para ele, pesa e tem o maior de todos os impactos porque ninguém será ou terá sentimentos iguais aos dele, se não for o mesmo: ou seja, Barack Obama. Coincidências? Sim, poderão como já estão a ocorrer. Um bom exemplo, é que Obama terá certas dificuldades para agir, de forma a mudar os rumos da economia norte – americana, se contar com apoio do congresso, de maioria republicana, assim como o presidente Lula que, para se sair bem, de vez em quando tem de promover “a dança das cadeiras”. Basta se saber quando e como se iniciará o uso deste tipo artifício por parte do governo norte - americano.

Sendo nada imparcial, apenas tentando, que democracia há em eleger delegados em estados – chave para que estes expressem, ou não, a vontade do eleitorado? Pois é assim que funcionam as eleições norte – americanas. O voto é facultativo, ou seja, ninguém é obrigado a votar. Os que desejam participar das eleições tem de se registrar para fazerem parte do processo como eleitores, o que, em alguns condados é permitido inclusive no dia da eleição.

O 44º presidente eleito nos Estados Unidos tomará posse no dia 20 de janeiro de 2009. Barack Obama tem em suas mãos uma grande responsabilidade, nas costas, um enorme peso. A missão de, se não resolver, pelo menos melhorar a situação de questões não somente internas. Espera – se muito do senhor Obama. O que puderem contra ele, farão contra. O tornarão um “Deus”, assim como fizeram ao presidente Lula. Tentarão tornar de Obama um ser calculista, ou pelo menos sua imagem, a ponto de colocarem suas bases em questão, bases estas que o ajudaram a se eleger.

Obama pode ser grande. Aliás, é. Representante das minorias, realizou um sonho que se tornou realidade. Conta com o apoio e a simpatia de um povo que decidiu se manifestar. Sua eleição bateu recorde de eleitores que viram na imagem dele, alguém em quem confiar. O senhor Obama, assim como esta que está a postar neste blog, tentará, porém não conseguirá ser, a todo tempo, um ser imparcial. (Graças a Deus). Sendo objetiva, não se pode esperar que mudanças partam de um único ser.

É preciso somar forças. Foi com a soma delas que o considerado impossível, não só para o novo presidente, mas para o povo americano, aconteceu. Se vou chorar no dia 20? Pode ser, é bem provável. Tenho sentimentos. Discursos me emocionam e tenho certeza, devem emocionar a Obama também.