segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Política: eleições 2008, segundo turno


Poder da máquina foi o grande vencedor

Paula Mattäus

O segundo turno das eleições municipais de 2008, realizado neste domingo, 26 de outubro, deixou claro tanto para candidatos quanto para eleitores que o uso da máquina administrativa pesa. E muito. Sete em cada dez prefeitos que disputaram o segundo turno, vão assumir o cargo mais uma vez. Isso se deve ao maior tempo de exposição em programas dos partidos, no rádio e televisão, e mais verba para investir pesadamente neles. Para isso, basta que se tome como exemplo o prefeito reeleito da cidade de São Paulo Gilberto Kassab (DEM). Além dos altos índices de aprovação de sua gestão, Kassab teve uma boa soma para obter o controle da campanha à prefeitura paulistana.

Apesar do PT ser o partido que obteve a maior votação no segundo turno, com 5.100 milhões de votos, fica provado, com o resultado das eleições que, para Lula, não houve transferência automática de votos, mesmo estando no auge de sua popularidade. Como o previsto, seu poder de transferência não chegou a candidata do partido, a ex – ministra do Turismo Marta Suplicy, que teve 39,28% dos votos. O vencedor, Gilberto Kassab (DEM), foi reeleito com 60,72% dos votos válidos.

O Partido Democratas conta com um governador, no Distrito Federal, um prefeito, na cidade de São Paulo, e mais 500 prefeituras de municípios.

Como também foi previsto, quem confirmou duas chapas vitoriosas foi o PSDB. A já citada, em São Paulo, onde José Serra apoiou Gilberto Kassab e se deu bem, e em Minas Gerais, onde Aécio Neves, com sua estanha e para alguns, promíscua aliança, confirmou a vitória de seu apoiado. Márcio Lacerda (PSB), venceu Leonardo Quintão (PMDB), com 59,12% dos votos. Quintão teve 40,88% dos votos válidos.

Tanto o PT quanto o PMDB conseguiram eleger prefeitos em seis capitais. O PT ficou com as prefeituras de Palmas (TO), onde Raul Filho venceu com 44,52% dos votos válidos. Boa Vista (AC), onde com 50,82% dos votos válidos, venceu Raimundo Angelim, de Recife (PE), com 51,54%, vencendo João da Costa, de Vitória (ES), a vitória, com 65,03% dos votos válidos, foi de João Coser, reeleito. De Fortaleza (CE), onde Luisiane Lins, foi eleita em primeiro turno, e por último, em Porto Velho (RO), onde Roberto Sobrinho foi reeleito prefeito, com 59,51% dos votos válidos.

O PMDB ficou com as prefeituras de Porto Alegre (RS), onde venceu o prefeito José Fogaça, conseguindo 58,95% dos votos válidos, contra 41,05% dos votos de Maria do Rosário (PT). O que era esperado. Não houve transferência de votos lá também e nem maiores emoções.
Do Rio de Janeiro (RJ), onde venceu Eduardo Paes, com 50,83% dos votos válidos contra 49,17% dos votos de Fernando Gabeira (PV). A vitória de Paes só pode ser definida após a apuração de 92% das urnas. Uma boa disputa.
Goiânia (GO), onde Íris Rezende foi eleito no primeiro turno, com 74,16% dos votos válidos, de Salvador (BA), onde João Henrique Carneiro, com 58,46% dos votos válidos venceu Walter Pinheiro (PT), que teve 41,54% dos votos válidos.
Campo Grande – (MS), onde foi eleito em primeiro turno Nelsinho Almeida, tendo 41,71% de votos válidos e em Florianópolis (SC), onde Dário Berger venceu Esperidião Amin (PP), com 57,68% dos votos válidos. Amin, teve 42,32% dos votos válidos.

Em Manaus (AM), Amazonino Mendes (PTB), ganhou as eleições com 57,13% dos votos válidos contra Serafim Corrêa (PSB), com 42,87% dos votos válidos. Também, na região norte do país, em Belém (PA), Duciomar Costa (PC do B), venceu a eleição com 59,60% dos votos válidos. O segundo colocado foi José Priante (PMDB), com 40,40% do total de votos. Continuando na região norte do País, em Macapá (AM), Roberto Goes (PDT) venceu Camilo Capiberibe (PSB), com 51,66% dos votos válidos. Capiberibe teve 48,84% dos votos válidos.

No nordeste, em São Luiz (MA), Roseana Sarney não conseguiu eleger seu apoiado. João Castelo (PSDB), foi o eleito com 55,84% dos votos válidos contra Flávio Dino (PC do B), que teve 44,16% dos votos.

Na região centro – oeste, em Cuiabá (MT), venceu Wilson Santos (PSDB), com 60,47% dos votos. Mauro Mendes (PR), teve 39,53% dos votos válidos.

Quando o assunto é eleição de 2010, as declarações são parecidas. Se ninguém quer se pronunciar sobre o assunto agora, mudará de atitude quando o governo começar a fazer mudanças na base aliada, pois ele irá precisar. Alguns especialistas dizem que as eleições municipais não têm relações com a eleição para a presidência. Esta que vos escreve, que não é especialista em nada, acredita que isso seja uma visão equivocada.

Se o presidente Lula percebeu que quem está no poder, tem e terá condições de permanecer, mesmo sem o uso de seu apoio, ele que foi reeleito, assim como 67% do total de prefeitos que disputaram as eleições e, com o domínio de uso da máquina, saíram vencedores, se seguida a tendência, agora “como nunca na história deste país”, deve achar que eleger um, (uma) sucessor, (a), não será uma tarefa tão difícil assim. Mesmo que seja um poste.