domingo, 11 de maio de 2008

Política: eleitores darão resultado para escândalo de dossiê

Paula Mattäus

Depois do 1 x 0 para a ministra – Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff esta semana, quem virará o jogo será, possivelmente, a oposição. Defendido pelo ex – ministro e deputado cassado José Dirceu (PT – SP), o secretário José Aparecido Nunes Pires terá trabalho para se explicar por ser apontado como o suposto “vazador” de informações refentes aos gastos do ex – presidente Fernando Henrique Cardoso e sua esposa com cartões corporativos.
O que todos no governo querem afastar é o foco do secretário José Aparecido com um discurso que pode convencer pela consistência: o de que a crise seria uma obra criada pela oposição para “ofuscar” a candidata e a possível ascensão política da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Apesar do que está a acontecer, nada parece abalar os ânimos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A candidatura de Dilma já é confirmada e nenhum ministro do PT apresentou restrições”. É o que diz o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT – SP). Só basta saber se não haverá restrições por parte do eleitorado. Com fogo cruzado, o único que parece estar aparentemente protegido é o presidente Lula. O que há na verdade são controvérsias quanto quem está apoiando quem e quem será realmente apoiado.
Se por um lado ninguém se pronuncia contra, também não há, até então, quem se posicione a favor. No final das contas todos vão querer lançar candidatura, porém, a defensiva é justificável. Tanto governo como oposição dependem da Casa Civil.
As eleições municipais serão um termômetro daquilo que realmente acontecerá na eleição presidencial. Acusações e depoimentos relativos ao dossiê se estenderão por semanas. Com tantos fatos, fica imprevisível saber o futuro de quem é apontado como candidato, principalmente não se sabendo quanto este é apoiado pelo partido e o principal, o quanto este é popular.
“O PT, nós sabemos como é, tem vários PTs”, diz o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB – RN). É difícil julgar o que é ou não verdade, mas sendo ou não, para isso o governo deverá sair para fazer uma boa campanha, da fase do dossiê, de forma ilesa, não só das acusações.