terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Política: alerta ao Ministério da Defesa, há um gigante no ar

Chega ao Brasil o maior avião do mundo

Paula Mattäus

Aterrizou em Guarulhos – (SP), o maior avião do mundo. O Airbus A 380 fez pouso tranqüilo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, mais conhecido como Cumbica, com 550 passageiros a bordo. Desde o lançamento do supersônico Concorde, há cerca de 25 anos, nenhum avião de passageiros chama tanto a atenção.
Para receber os A 380, a maioria dos aeroportos terá de passar por reformas estruturais, tais como: prolongamento das cabeceiras das pistas e áreas de escape, ampliação dos terminais, melhoras na infra – estrutura aeroportuária e mudanças nas leis.
O A 380 da Airbus tem 540 toneladas de peso e 80 metros de envergadura. Tem a capacidade de transportar, aproximadamente, 150 passageiros a mais que o maior avião atual, o Boeing 747 – 400. O A 380 pode transportar até 880 passageiros. É 20 porcento mais econômico que aviões de turbina turbo – fan.
A “heute qualität” das grandes fabricantes de aeronaves, cada vez maiores e modernas, estão em contrapartida com os investimentos feitos pelo governo na estrutura aeroportuária. Muito além da selvageria do capitalismo que comanda tudo. Em uma época onde ataques terroristas são cada vez mais freqüentes, empresas aéreas disputam para ver quem é que transporta mais passageiros e acabam “se esquecendo” que uma aeronave que pode transportar até 880 passageiros, seria um alvo em potencial para esse tipo de ataque.
Só para se ter um exemplo, o Brasil detêm a segunda maior frota de aeronaves do mundo, o trafego aéreo da cidade de São Paulo – (SP) só perde para o tráfego aéreo da cidade de Nova Yorque em número de pousos e decolagens.
O que não é de interesse de empresas como a AirBus, Boeing, LearJet, EMBRAER, enfim...É saber se os principais aeroportos do Brasil e do mundo estão preparados para receberem suas grandes e magníficas criações.
Desde a década de 1970 não houve investimentos suficientes no setor por parte do governo. As companhias aéreas sofreram constantemente prejuízos a olhos vistos, mesmo antes dos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. As tarifas são cobradas às companhias em em dólar, já os preços praticados aos consumidores são em real, as aeronaves são estrangeiras, então, custo e manutenção são pagos em dólar. O mesmo ocorre ao pagamento do combustível utilizado.
Taxas de juros altas, câmbio flutuante, protecionismo e a alta carga tributária brasileira, fizeram com que empresas como TransBrasil, de Nilmário Fontana (leia – se Sadia) e Celso Cipriani (seu cunhado), VASP, de Vagner Canhedo e até a mais tradicional das companhias aéreas que tinha setenta anos de existência, a VARIG, já presidida por Ozires Silva, que é presidente da EMBRAER, decretassem falência por não conseguirem suportar a pressão. Processo parecido está a sofrer a BRA, que tem como um de seus sócios, o ex – presidente do Banco Central no governo de FHC, Armínio Fraga.
O ex - presidente da República Juscelino Kubistcheck gostaria de ver de perto a cena se vivo estivesse: Foi ele quem trouxe à capital do país nove aviões modelo Xavante. O Aeroporto Internacional de Brasília – (DF), que passou a receber o seu nome, foi construído na década de 1960. Quando da sua inauguração, em discurso, Juscelino prometeu a entrega da segunda pista do aeroporto no início da década de 1970.
Esta segunda pista somente foi entregue pelo governo federal em 2005 e liberada meses depois após as obras de grooving (ranhuras na pista que servem para melhor atrito dos pneus com o solo e melhor escoamento das águas pluviais). Está em fase de implantação a ampliação do aeroporto para a construção do terminal dois, um terminal para receber vôos internacionais, porém, não houve a liberação de verba por parte do governo federal para se dar início às obras.
Contudo, se para a entrega de uma pista o governo federal levou 34 anos, ninguém deve ter pressa de ver as obras do segundo terminal concluídas. Muito menos esperar que companhias aéreas brasileiras paguem a bagatela de U$ 235 milhões por um transatlântico voador para ficar “estacionado” em Cumbica, já que não haveria condições mínimas de segurança em terra para levá – lo a outros lugares do país,como também,agradecer a Paulo Salim Maluf por permitir que essas hipérboles com asas fiquem em Guarulhos,pois,se os A380 têm onde ficar,esse lugar foi Maluf que fez.