domingo, 29 de junho de 2008

Política: eleições 2008

Sem presença de Lula, Marta lança candidatura em SP

Paula Mattäus

Hoje, a ex – ministra do Turismo, Marta Suplicy, (PT - SP) e Aldo Rebelo (PCdoB - SP) tiveram a chapa homologada em convenção do Partido dos Trabalhadores para concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2008. Utilizando – se de um banner com a foto do presidente Lula e copiando o slogan mais famoso nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva, “Deixa o homem trabalhar”, obviamente com as devidas adaptações, Marta tomou o palanque ao som de um forró, quando foi anunciada como a futura prefeita.
Sem os costumes de praxe, - os tailleurs da maison Chanel - , e com pouca maquiagem, Marta, a exemplo da nova imagem que exibe em cartazes, tenta passar a imagem de figura popular, distante daquela que apresentava quando prefeita da cidade de São Paulo. Enquanto enchentes inundavam e carros rodopiavam nas rodovias, ela o fazia em festas como as dos Safra.
E por falar em enchentes e rodopios, a candidata do PT critica a gestão Serra-Kassab e defendeu a criação de um plano de governo que consiste em resolver o caos do trânsito, da saúde e educação.
No caso do trânsito, espera – se que as investigações sobre as obras do Rodoanel, onde houve super faturamento, sejam concluídas efetivamente, para que se possa descobrir onde está a verba desviada da obra. "São Paulo vai mudar. A população está cansada do modelo de enrolação social e das soluções de faz de conta", disse Marta, que também fez questão de atrelar o nome de Gilberto Kassab (DEM - SP) à administração do ex-prefeito Celso Pitta, de quem ele foi secretário.
Vale lembrar que algumas obras feitas na gestão Suplicy tiveram problemas, tanto pelos excedentes de custos de gestão e operação, como pela não – finalização e, que obras de infra – estrutura e saneamento básico aparecem no orçamento, entretanto, não poderiam ser conferidas por debaixo da terra. Não poderiam ser conferidas se não fossem os “picinões”. (Os “picinões” foram criados para ajudar a escoar as águas das chuvas e evitar que haja o transbordamento dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí para as pistas das marginais e evitarem, assim ,as enchentes).
Como as obras de canalização das águas pluviais não foram concluídas efetivamente, em época de chuva, os “picinões”, ao invés de fazerem o escoamento das águas, as acumulam. Estes, acabam por transbordarem, e o pior. Viram verdadeiros depósitos de lixo a céu aberto. Conclusão: deveria se rever o conceito sobre enrolação social e ações de faz de conta.
As bandeiras da chapa, batizada como "Uma nova atitude para São Paulo", são o transporte, a saúde e a educação. "O trânsito é um inferno particular e coletivo de todo paulistano. A saúde nunca teve alta", disse Marta, que também garantiu que vai continuar os projetos de quando foi prefeita, como o Bilhete Único e os CEUs.
Ao término dos discursos, os principais líderes petistas reuniram – se no palanque. Estava também presente à convenção, o Senador Eduardo Suplicy, que fez campanha a favor de sua ex – mulher, a quem fez vários elogios.

"Companheiro" onipresente

Pôde ser sentida por cerca de 1.300 presentes ao Expo Barra Funda, zona oeste da capital, apesar de não ter comparecido à convenção, a presença de Paulo Pereira da Silva (PDT - SP), o Paulinho da Força. A aliança com o bloquinho (PCdoB, PSB, PDT, PTN, PRB) causou desconforto durante a aprovação das propostas de governo.
"Para quê fazer alianças com o PDT? Nós temos que ser contra. Um partido para fazer aliança com o PT tem que ser voltado ao movimento social e não a pessoas como Paulinho da Força, que só trazem podridão ao partido", disse. O vice da chapa, Aldo Rebelo, defendeu a coligação, que chamou de "vitória política". "Vamos enfrentar dificuldades e vamos vencer", disse Aldo.

Deixa o homem trabalhar

Lula não pode antecipar o processo eleitoral. Também não pôde estar presente à convenção. Sobre a aliança com o bloquinho, a chapa é ideal,principalmente quando se pensa em 2010, ano da eleição presidencial. É o que afirma o deputado federal Jilmar Tatto (PT - SP)

Estrela cadente

A pesquisa do Ibope, de 25 de junho, mostra que Marta Suplicy aparece com 31% das intenções de voto. Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece com 25%. Ou seja, estão tecnicamente empatados na pesquisa. Isso porque, a margem de erro da referida é de quatro pontos, para mais ou para menos. Marta é também a candidata que tem o maior índice de rejeição. Com base nesta mesma pesquisa, ela é rejeitada por 32% dos entrevistados.
O que poderia justificar a rejeição, entre outros fatores, seriam as medidas e excessos de tributos criados pela petista em sua gestão. Quando era a prefeita da cidade de São Paulo, ficou conhecida pela alcunha “Martaxa”. Medidas estas que,somente agora, ano de eleições, disse se arrepender.

domingo, 22 de junho de 2008

Política: eleições municipais

Candidatura de Geraldo Alckmin é oficializada em SP

Paula Mattäus

Hoje, o ex – governador Geraldo Alckmin, em convenção de seu partido, foi oficializado candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. Com a participação do governador paulista José Serra e sem o apoio da bancada de vereadores, Alckmin e Gilberto Kassab vão disputar voto a voto e levar para as eleições outra disputa: a interna dos tucanos. Ontem, José Serra retirou o apoio que dava a chapa e ao partido à candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM). A candidatura de Kassab foi oficializada em convenção do Democratas no dia 14.
O ex – governador, Geraldo Alckmin, disse a jornalistas antes do início da convenção, ser mais que natural em um partido da proporção do PSDB que haja opiniões divergentes quanto a quem seria ou não o melhor candidato a disputar o pleito, para ele, com sua escolha, as divergências chegaram ao fim. “Agora é trabalhar por São Paulo”. Alckmin também afirmou que vai dar apoio à eleição dos vereadores que estão na chapa kassabista. "Todos contarão comigo. Vou trabalhar por eles", disse.
Em discurso, na convenção ocorrida na Assembléia Legislativa, Serra, que fez Alckimin aguardar o início da cerimônia da convenção, tentou separar o racha do PSDB municipal da corrida pela eleição presidencial de 2010. Alckimin, que em 2006 entrou em uma “saia justa” por ter sido mal escolhido pelo PSDB para concorrer à eleição presidencial, agora dá espaço a José Serra, para que ele se confirme, ou não, como a melhor opção do partido. Antes do início da convenção, o principal articulador da tentativa de obter apoio tucano à candidatura de Kassab admitiu que emissários de Serra fizeram um apelo pela desistência da chapa.

De olho no Planalto

Serra, em seu discurso, também tentou desvincular a eleição de 2010 com as eleições municipais, em especial, a paulistana. "Há um mito criado nos últimos meses com relação a 2010. Na verdade não é 2010 que está em jogo nesta eleição. O que está em jogo é a cidade de São Paulo", afirmou Serra, que tem trabalhado dentro do PSDB a indicação para ser o candidato da sigla na sucessão presidencial.
Com o apoio que dá a candidatura Kassab, o que Serra deseja é que, futuramente, se confirme a garantia de apoio dos Democratas e que este corresponda às suas necessidades. Isso porque em 2004, PSDB e DEM elegeram Kassab, então conta com o DEM em 2010 e no segundo turno. "Se a aliança não se traduziu em uma candidatura única, ela tem, sim, que se traduzir no segundo turno".
Quando o assunto é eleição presidencial, Alckimin prefere sair pela tangente: disse que vai atuar para unir as candidaturas de Serra e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que também pretende ser candidato pelo partido. "Vencendo, vou cumprir os quatro anos de mandato, eu já fui governador. O Serra sempre contou comigo, vai contar comigo em 2010. Eu vou trabalhar para unir os dois (Serra e Aécio), aliás os três, tem o (senador) Arthur Virgilio também", disse. O vice na chapa com Alckmin é o deputado estadual Campos Machado, do PT. Pesquisas Datafolha e Ibope indicam Marta Suplicy (PT) e Alckmin tecnicamente empatados na liderança e Kassab em terceiro.

domingo, 15 de junho de 2008

Política: luta contra a corrupção




Real Feitoria do Linho Cânhamo luta para manter tradição


Paula Mattäus


Fala – se tanto da questão separatista do Rio Grande do Sul, porém, o estado não foi o precursor disso. Levando – se em conta que a Confederação do Equador ocorreu em 1824, a Guerra dos Farrapos só se iniciou em 1835, ou seja, 11 anos após o movimento nordestino, então porque ficar relembrando só a história sul – riograndense? Por conta da chamada tradição. O Rio Grande do Sul não está nem perto de Brasília. Dizem, e acredito, que a fé remove montanhas. Só espero que o Rio Grande não saia de lá, porém está saindo e, infelizmente, muito mal no cenário político nacional.
O Rio Grande do Sul leva política a sério, os estudantes são politizados, os protestos são válidos. A maior bancada do Congresso, em termos de naturalidade, é gaúcha, em segundo lugar, a mineira. Só para lembrar, quem “acabou” com a política do Café com Leite, foi um gaúcho, apesar de que Café assumiu e depois voltou o gaúcho, mas essa é outra história. Seria extremamente válida a declaração da governadora Yeda, se ela demitisse o vice – governador e, depois renunciasse ao mandato, o que seria uma nova experiência, não só para a política gaúcha como também, para a política brasileira.
A Confederação do Equador só ganhou este nome devido a sua proximidade geográfica com a Linha do Equador e, nada mais foi que um movimento de caráter separatista que teve início com a ação de lideranças e populares pernambucanos. Eles só queriam entrar no meio da “festa” para melhor passarem. Não satisfeitos com isso conseguiram convites para outros estados do nordeste: Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba também se juntaram ao movimento. Os revoltosos buscaram criar uma constituição de caráter republicano e liberal, queriam a abolição da escravatura e a criação de um outro país dentro do Brasil.
Existem vários “países” dentro da nossa nação. Uma coisa que tem que ser lembrada é que a corrupção não é um problema estadual, muito menos regional. Infelizmente, ela está a contaminar, se não todos, a maioria dos governos. Isso não é um “privilégio” único e exclusivo do Rio Grande.
Espera – se, com bom senso, que um país que deseja se separar de outro tenha condições mínimas para gerir sua própria administração. Ao rever a história sobre a Confederação do Equador, me lembrei da ex – República Tcheco – Eslovaca. Seria sensato pensar que o lado rico desejasse se separar do pobre, pois esse diminuiria as riquezas da nação, o que me fez lembrar também os “ Osies” e os “Wesies” da Alemanha, com aumento da taxa de desemprego e a baixa na economia, após a queda do muro de Berlim, certo? Errado.
Pelo incrível que pareça, a República Tcheca se separou da Eslováquia, porque o país pobre estava a temer que o outro, rico, deixasse o lado pobre cada vez mais pobre... Vê se pode! Na versão brasileira, se encararmos a “revolta de boteco” do Frei do Amor Divino Caneca, um movimento igual, ou mesmo parecido ao da República Tcheca, estaríamos a pecar e gravemente. O movimento do Frei aconteceu em uma época em que o nordeste do Brasil concentrava a riqueza do país, o que hoje, vem a acontecer com o centro – sul, sendo assim, infundadas as idéias de que os sulistas, principalmente os gaudérios, carreguem uma cartilha com o dito e suposto “ Destino Manifesto” tupiniquim.
A Real Feitoria do Linho Cânhamo era o nome que o Rio Grande do Sul tinha, antes dos açorianos ocuparem o estado. Ela era assim, uma província pobre, como as que existem no nordeste. Ninguém queria se envolver politicamente e economicamente com ela. Ainda tem gente que acha não existir afro – descendentes lá. Isso é uma pilhéria, porque não existiria? Acham que os sulistas carregam preconceito em suas veias. Esse mesmo mito se segue quando se fala de corrupção. Sim, existe também. Entretanto, sabe qual é a diferença entre a província sul – riograndense das demais existentes no país? É que lá se luta para que as coisas ruins não passem de mitos. Essa é a tradição.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Refinado Presente entrevista:

Bem à moda da casa


Por Paula Mattäus


Fábio Ibiapina, 28 anos, desde os 16 trabalha profissionalmente com edição. É filho de jornalistas e sempre conviveu com os bastidores da notícia. Desde cedo aprendeu bem a lição de como “vestir a camisa”. Ele bem que poderia trabalhar nas relações públicas da emissora, afinal fala muito bem dela - A Rede Globo de Televisão, embora não prefira por se considerar uma pessoa tímida. “Por conta disso optei por trabalhar na cozinha da redação, atrás das câmeras”, diz. Se timidez e propaganda rendem prêmios, Fábio tem muito a comemorar: suas edições já ganharam os prêmios CNT, Embrapa e Ethos.

P.M.: O que há de melhor, para o senhor, na profissão de jornalista?

F.I.: A oportunidade de ajudar pessoas, ajudar o País, formar opiniões e ser agente de transformação político-social.

P.M.: Edição é um trabalho primoroso em que o senhor tem a missão de "lapidar" as matérias e dar finalização aos desejos de quem as propôs. Por que quando as idéias estão em um papel, são poucos a quererem abraçá – las e quando os senhores, editores as finalizam, todos querem os projetos para si ? Gostaria que o senhor também explicasse como funciona a indústria dos prêmios.

F.I.: Não concordo com essa colocação. Televisão é feita com trabalho em equipe. Para uma matéria sair do papel, é preciso que todos abracem a causa. Na minha opinião, não existe uma indústria de prêmios.

P.M.: Recentemente, com a tua edição, com reportagem de Fábio William, a série sobre presídios exibida pelo Jornal da Globo trouxe uma nova visão sobre o que é se trabalhar com a nossa praça (Brasília), a edição que o senhor fez desbancou as das principais (Rio de Janeiro e São Paulo). O que falta para que o trabalho produzido aqui seja visto com mais respeito? O senhor se considera um "divisor de águas" neste processo?

F.I.: Primeiro, gostaria de deixar claro que não existe uma competição entre as praças, por isso considero o termo "desbancar" inadequado. Na Globo, não existe uma divisão de praças mais e menos importantes. Dentro da Rede, todas têm importância. Por Brasília não ser uma cabeça de rede, isto é, não ter nenhum jornal ancorado por aqui, muitas vezes, equivocadamente, é vista como uma praça de menor importância. Mas, na prática, não é assim. A Capital Federal é a maior fonte de notícias dos telejornais da TV GLOBO. Fornecemos uma média de quatro matérias diárias para o Jornal Nacional, que é o carro - chefe da empresa. Para você compreender esse montante, o Rio fornece uma média de duas matérias e São Paulo três. O trabalho feito em Brasília é muito respeitado. Temos grande participação em todos os telejornais. Temos também o jornalista mais premiado da Globo, que é o repórter Marcelo Canellas. Sem contar as inúmeras séries especiais que já foram editadas por aqui, para os mais diversos produtos da casa. A TVG Brasília também é considerada uma grande escola. Renomados jornalistas saíram de lá. Para citar alguns exemplos: Marília Gabriela, Celso Freitas, André Junqueira, Marcos Hummel, Eliaquim Araújo e Leila Cordeiro, Leilane Naubert, Fábio Willian, Tadeu Schmidt, Ismar Madeira, Heraldo Pereira, Chico José, Beatriz Castro, Alexandre Garcia, Giuliana Morrone, Leila Sterenberg, Ana Paula Padrão, Júlio Mosquéra, Franklin Martins, Paulo José Cunha, Adriana Araújo, Renato Peters, Veruska Donato, dentre muitos outros. Não me considero um divisor de águas.

P. M.: A série sobre presídios - Apagão Carcerário - , abordou vários temas dentro da realidade do cárcere. Uma delas é a corrupção. Com relação a CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – do Sistema Carcerário, qual é o sentimento que o senhor tem em relação a ela ? Pensa que, como as demais, a única contribuição que dará ao País será o agravamento do sistema?

F.I.: Meu sentimento é de grande entusiasmo. Só foi possível realizar a série Apagão Carcerário graças à CPI, que escancarou a porta dos presídios de vários estados do Brasil. Estou bastante otimista com o relatório que será publicado na próxima semana. Acredito que a CPI contribuirá para a melhoria do nosso sistema carcerário. Um prova disso são as providências que já estão sendo tomadas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, irão implodir o Presídio Central.

P.M.: Com relação à televisão digital, o que o senhor espera de mudanças em teus trabalhos?

F.I.: A TV digital trará maior qualidade técnica às matérias. Quem ganha é o telespectador.

P.M.: Falar do que é editado e o produto final de uma edição implica uma série de interesses; nesse processo, muitos dão palpites e não querem que estes, mesmo que ruins, sejam rejeitados. Sabemos que, em todas as profissões, há aquele que se considera "a estrela", como é, para o senhor, ter que lidar todos os dias com isso?

F.I.: Acho que a nossa maior dificuldade e grande desafio é lidar com o próprio ego.

P.M.: Sobre o “acordo entre cavalheiros”, um diz que não vai dar determinada matéria, faz com que os demais colegas aceitem o fato e, para "mostrar serviço", quebra com o acordo, o que coloca todos os senhores, produtores ou não das reportagens, contra a parede. O que o senhor acha a respeito disso? Não seria antiético privar os telespectadores do que seria de seus interesses para somente atenderem aos benefícios dos senhores?

F.I.: Do tempo em que trabalho na Globo, nunca soube de nada parecido.

P.M.: Para o senhor, quais são os prós e os contras de se trabalhar na empresa dos Marinho? O senhor pensa ser antiético responder a esta?

F.I.: Os prós são muitos: o alcance de público que a empresa tem; a seriedade com que a Globo trata seus funcionários e telespectadores; a grandiosa estrutura que nos permite realizar um trabalho sério de qualidade; a competência dos profissionais, que faz da empresa uma grande escola; o compromisso social; dentre inúmeros outros. Acho que os maiores contras são as idéias de conspiracionismo que o senso comum cria e os mitos que delas resultam.

P.M.: Por que tudo começa onde está a "vênus platinada" da televisão? Fico muito feliz de saber que a polícia trabalha bem depois que aparece nela, denúncias são feitas, o erário serve à sua real destinação, corruptos são julgados, mesmo que não sejam cassados...Dá uma alegria sabe...

F.I.: Por conta da grande audiência, as matérias veiculadas na TV GLOBO acabam tendo uma maior repercussão. Isso sem dúvida exerce grande influência no agendamento - setting.

P.M.: Um real exemplo de que tudo começa onde " a líder" está, ocorreu no primeiro trimestre de 2002, quando do escândalo sobre o dinheiro "encontrado" no escritório da então candidata Roseana Sarney, aquela história com a Usimar. Por incrível que pareça, mesmo antes que a Polícia Federal chegasse, os senhores já estavam lá. Meses depois, aqui em Brasília, eu, sim, pelo fator destino, estava próxima de um hangar, quando a viatura dos senhores lá chegou, isso dez minutos antes dos Federais. Só para lembrar: isso se deu naquela operação que apreendeu mais de duas dezenas de milhões com advogados da Igreja Universal do Reino de Deus. Diante de fatos, quero argumentos:

F.I.: Não é que as coisas começam onde a Globo está, poderíamos concluir que nesses casos citados, por meio de um profundo trabalho de apuração, a TV GLOBO conseguiu chegar primeiro para cobrir a notícia. Isso é o resultado de muito trabalho e dedicação de diversos profissionais que trabalham nos bastidores.

P.M.: Primeiro, como os senhores separam os espetáculos daquilo que é uma verdadeira notícia?

F.I.: Sabe aquela história do segredo de Tostines? Penso que no jornalismo ocorre o mesmo. Muitos espetáculos são verdadeiras notícias e muitas notícias se transformam em verdadeiros espetáculos, principalmente quando se lida com um maior número de telespectadores. Por exemplo, o caso das torres gêmeas já é por natureza um espetáculo. Por conta disso, deixa de ser notícia? O caso Isabela tornou-se um espetáculo, mas nem por isso era uma falsa notícia.

P.M.: Segundo, como confiar em quem lhes dão tais informações, pois não existem, para mim, coincidências, são pessoas tão importantes assim, ocupam cargos de destaque por acaso? Não custaria nada nos dizer...Quem são ?

F.I.: Realmente não podemos confiar em uma única fonte de informação. Por isso é importante um minucioso trabalho de apuração antes de veicular qualquer notícia.

(Uma hora eu consigo, caros leitores, não foi desta vez, porém me dou por satisfeita...Mas vou continuar tentando... Estou na luta! Fábio, você podia ter respondido!)

P.M.: Como nós, os telespectadores, podemos acreditar naquilo que é ou não editado? Qual o compromisso dos senhores com a informação, e qual é a responsabilidade da emissora com o nos bem informar e verdadeiramente informar?

F.I.: O compromisso da TV GLOBO é com a verdade e com o público. Isso resulta em credibilidade, que gera audiência. O Compromisso de nós jornalistas é o de levar ao telespectador a melhor e mais bem apurada informação. Mas acho que para você ficar bem informada é preciso buscar diversas fontes: jornais, revistas, blogs, agências de notícias. Essa pluralidade é importante para se ter um senso crítico equilibrado, que não seja nem romântico nem radical.

P.M.: O senhor, como cidadão, como se sente ao ver o retrato político do País?

F.I.: Analisando a nossa recente História, fico bastante otimista com os avanços que alcançamos. Temos hoje uma democracia séria e consolidada. Ao me deparar com a realidade do País, como a que mostramos nas séries Apagão Carcerário, Fome, Educação, Falcão Meninos do Tráfico, dentre várias outras notícias tristes que divulgamos, fico sensibilizado e bastante preocupado com o longo caminho que ainda temos que percorrer para transformar o Brasil em um país justo. Mas isso me motiva cada vez mais a lutar pelos meus ideais e pela melhoria de condição de vida dos meus irmãos brasileiros.

P. M.: A política editorial da empresa já o penalizou por alguma matéria que,
para ela, não seria de seu agrado ? Qual foi?

F.I.: Não. Esse tipo de atitude não faz parte da política da TV GLOBO.

P. M.: O que faria se ganhasse um prêmio na loteria? Abandonaria a profissão?

F.I.: Nunca abandonarei o jornalismo. Certamente eu montaria uma produtora e faria muitos documentários para mostrar o Brasil que não conhecemos.

P.M.: Como o senhor se definiria politicamente falando?

F.I.: Um cristão.

Agradecimentos: agradeço a Deus e ao seu filho, o militante do PC - Patido Cristão, Fábio Ibiapina da...(Não posso dizer o nome da emissora porque vai rimar...Aí não dá certo).

domingo, 8 de junho de 2008

Política: oposição pretende descartar candidatura de Dilma



Paula Mattäus

Depois do fim da CPI dos cartões coorporativos, reportagem da Folha de São Paulo deste domingo afirma que parlamentares da oposição vão tentar aprovar a convocação da ministra – chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff ,nas Comissões de Infra-Estrutura e Constituição e Justiça do Senado para depor sobre denúncias de que interferiu na venda da Varig em favor a um compadre do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Já está decidido: o que se deseja é derrubar a ministra Dilma e forçar o presidente Lula a negociar com a oposição a aprovação de sua re – reeleição a todo custo, o que traria vantagens aos seus opositores.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB - AM), disse querer nos próximos dias, reapresentar o requerimento de convocação na CCJ para que a ministra possa dar maiores explicações e ficar frente a frente com ele. "Eu tenho uma convocação da ministra para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça para falar sobre o dossiê (com gastos dos cartões corporativos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e ela já está envolvida num outro negócio. Eu aconselharia a ministra a dar um paradinha, a dar uma rezadinha, ir a uma igreja, jogar sal grosso no corpo, eu aconselharia a ministra a meditar sobre o que anda fazendo, sobre as atitudes que toma", afirmou.
Na casa dos santos, onde mora a oposição, a denúncia de que Dilma praticou tráfico de influência para garantir a venda da Varig a um fundo norte-americano é "muito grave para alguém que tem muitas responsabilidades". Virgílio disse, porém, ser contrário à instalação de CPI para investigar as denúncias contra Dilma.
"O problema é que este ano teremos convenções partidárias, eleições. Temos condições de nós aqui no Senado arcar com as responsabilidades de uma CPI em pleno ano eleitoral? Temos a possibilidade da ida de certas pessoas à Comissão de Infra-Estrutura. Se isto não bastar, temos que pensar numa atitude mais dura", afirmou.
Pode até ser, porém não se pode deixar de pensar em que uma outra CPI poderia trazer a tona mais acusações, e que nelas poderiam estar inclusos personagens até então desconhecidos e fora do script.
Apesar de que a oposição não cogite a hipótese da criação de uma nova CPI, não há dúvidas do quanto farão, assim como a José Dirceu, ficar difícil para se respirar dentro do ambiente da Casa Civil, a menos que temam uma exposição de conteúdos menos técnicos e mais apelativos com os gastos da gestão do PSDB.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que Dilma precisa esclarecer as denúncias no Senado para "preservar a sua autoridade, imagem e autonomia" como ministra-chefe do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
"O que precisamos é de apuração, até porque há uma necessidade do próprio presidente Lula de preservar a sua ministra, a quem ele escolheu para ser, como ele próprio chama, a mãe do PAC e que tem sobre a sua mesa e sob a sua responsabilidade o destino de bilhões de reais desse programa", disse o democrata.

À sotavento

Denise Abreu afirma que a ministra a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira de três sócios brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a Varig, uma vez que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas.
Segundo a ex-diretora da Anac, a venda da VarigLog e da Varig ao fundo norte-americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros teve a interferência da ministra para que fosse executada. Abreu, que se diz vítima de uma armação, afirmou ainda que a filha e o genro do advogado Roberto Teixeira - amigo do presidente Lula e cujo escritório era representante dos compradores à época - usaram sua influência para pressioná-la.

sábado, 7 de junho de 2008

Novo Blog: convite RSVP

Devido ao desempenho de Refinado Presente, recebi uma proposta irrecusável. Vem aí o casamento de Alessandra de Oliveira, Cráudio Lott e desta que vos escreve. A senhora Oliveira e o senhor Lott me convidaram para, com eles, escrever um blog. Este não sairá da internet ! O que os dois desejam é que o meu lado digamos assim, cômico, seja exposto... (Acho que tenho um, apesar de que, quando falo seriamente todos caem na risada... Quando tento contar uma piada... Leiam " As Prozaquianas e um mineiro doido". Se depender da Alessandra e do Cráudio, como sempre, serei a parte mais séria do Blog.
(Ai Jesus, logo eu. É a minha missão... Tentar tornar os outros melhores me faz alguém maior, então, estou tentando colaborar ao máximo ! Pelo menos vou tentar dizer algumas besteiras. Se eles já gostam das ... (digam vocês), que escrevo, só desejo que o triângulo Lott, Oliveira - Mattäus dê certo).
Agora só nos resta que vocês, caros leitores, também concordem.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Política: herança de erros

Tiradentes: a raiz dos problemas do Distrito Federal

Paula Mattäus

Benedita Chaves Roriz é a primeira eleitora do Brasil e, se não bastasse o fato de ser parente de um menino mimado, que nada tinha de reacionário político, haja vista que José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, era dentista e, por birra, decidiu morrer enforcado, pôde ter pensado que não entraria para a história do país por conta de sua profissão, então, decidiu morrer, também tem laços com outro déspota, agora ex – filiado do PMDB, o do governo das grandes transformações.
A filha de Florentino de Alcantara Chaves e de dona Antônia Henriqueta Roriz, mãe de quatro filhos, é sobrinha tataraneta de Tiradentes – o Inconfidente. Benedita Chaves Vila Real, aos 15 anos de idade, ao ouvir o pai conversar sobre o que seria um título de eleitor, viu nascer em sí a convicção de que as mulheres também deveriam ter o direito a possuir um. A descoberta do desejo, ao decorrer do tempo, tornou – se um objetivo a ser alcançado.
Com a ajuda de Americano do Brasil e de Joaquim Câmara Filho, dona Benedita alcançou sua meta, em 1927, embora a Constituição vigente negasse às mulheres o direito de votar. Nascida em 16 de maio de 1905, em um vilarejo de nome Santa Luzia, no interior do estado de Goiás, hoje chamada a cidade de Luziânia, o “berço dos Roriz”, esta senhora é o elo entre o movimento do heroísmo sem causa e o criador das causas perdidas no Distrito Federal.

Comigo ninguém pode

Pesquisas que não levam a forca e podem estar ou não maquiadas, destacam que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, tem a aprovação de 74% da população do estado, o que poderia trazer à realidade um fato incomum para Brasília, uma possível aliança entre o PMDB e o PT. Não é de hoje que vermelhos e azuis são inimigos declarados, uma possível coligação deixariam alguns roxeados.
Joaquim, agora o Roriz, almeja estar outra vez no poder e, se possível, já nas próximas eleições. Apesar de seu candidato a vice, Tadeu Filipelli (PMDB – DF) estar a se comportar como Magela, fazendo discursos e propaganda criticando a atuação de Arruda frente ao governo, para o presidente regional do PT, Chico Vigilante, “Uma coisa é a aliança entre PMDB e PT. Outra é uma aliança com Roriz”, disse.
Ele mesmo não pode atacar o governo e seus representantes porque vários de seus ex - secretários fazem parte da atual administração, inclusive uma de suas filhas, a deputada distrital Jacqueline Roriz (PSDB), que integra a base do governo. Insatisfeito com os modos de Filippelli, Roriz, por uma avaliação, jamais vai se aliar ao PT, mas pode crescer com os ataques a Arruda.
Se concorrer as eleições de 2010, Joaquim Domingos Roriz tem reais chances de ganhar, se por um lado servidores da educação não lhes é simpatizantes, para os militares, a candidatura de Arruda e, possivelmente, a de Paulo Octávio ao Palácio do Buriti, ou ao Buritinga, não lhes são vistas com bons olhos. Já para a maioria assistida por programas sociais, a expressiva atenção ao que Brasília recebeu de “melhor” da ditadura e, do governo Sarney é incontestável. A herança de bens e, principalmente dos lotes negados pelo atual governo aos que esperavam o pão e circo do senhor da pomba azul, azul – Roriz, revelam as raízes dos problemas da sociedade, não só da brasiliense, mas de toda a sociedade brasileira.
A repetição de erros comuns fazem dos grandes, ou não, nomes da história personagens de um círculo vicioso em que o poder e o ostracismo fazem parte de uma constante. A verdade é que todos eles, na forca ou não, fazem de tudo para aparecerem, com a certeza única de não serem meros espectadores. A real situação daqueles que permitem que os problemas da história continuem.