domingo, 29 de junho de 2008

Política: eleições 2008

Sem presença de Lula, Marta lança candidatura em SP

Paula Mattäus

Hoje, a ex – ministra do Turismo, Marta Suplicy, (PT - SP) e Aldo Rebelo (PCdoB - SP) tiveram a chapa homologada em convenção do Partido dos Trabalhadores para concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2008. Utilizando – se de um banner com a foto do presidente Lula e copiando o slogan mais famoso nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva, “Deixa o homem trabalhar”, obviamente com as devidas adaptações, Marta tomou o palanque ao som de um forró, quando foi anunciada como a futura prefeita.
Sem os costumes de praxe, - os tailleurs da maison Chanel - , e com pouca maquiagem, Marta, a exemplo da nova imagem que exibe em cartazes, tenta passar a imagem de figura popular, distante daquela que apresentava quando prefeita da cidade de São Paulo. Enquanto enchentes inundavam e carros rodopiavam nas rodovias, ela o fazia em festas como as dos Safra.
E por falar em enchentes e rodopios, a candidata do PT critica a gestão Serra-Kassab e defendeu a criação de um plano de governo que consiste em resolver o caos do trânsito, da saúde e educação.
No caso do trânsito, espera – se que as investigações sobre as obras do Rodoanel, onde houve super faturamento, sejam concluídas efetivamente, para que se possa descobrir onde está a verba desviada da obra. "São Paulo vai mudar. A população está cansada do modelo de enrolação social e das soluções de faz de conta", disse Marta, que também fez questão de atrelar o nome de Gilberto Kassab (DEM - SP) à administração do ex-prefeito Celso Pitta, de quem ele foi secretário.
Vale lembrar que algumas obras feitas na gestão Suplicy tiveram problemas, tanto pelos excedentes de custos de gestão e operação, como pela não – finalização e, que obras de infra – estrutura e saneamento básico aparecem no orçamento, entretanto, não poderiam ser conferidas por debaixo da terra. Não poderiam ser conferidas se não fossem os “picinões”. (Os “picinões” foram criados para ajudar a escoar as águas das chuvas e evitar que haja o transbordamento dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí para as pistas das marginais e evitarem, assim ,as enchentes).
Como as obras de canalização das águas pluviais não foram concluídas efetivamente, em época de chuva, os “picinões”, ao invés de fazerem o escoamento das águas, as acumulam. Estes, acabam por transbordarem, e o pior. Viram verdadeiros depósitos de lixo a céu aberto. Conclusão: deveria se rever o conceito sobre enrolação social e ações de faz de conta.
As bandeiras da chapa, batizada como "Uma nova atitude para São Paulo", são o transporte, a saúde e a educação. "O trânsito é um inferno particular e coletivo de todo paulistano. A saúde nunca teve alta", disse Marta, que também garantiu que vai continuar os projetos de quando foi prefeita, como o Bilhete Único e os CEUs.
Ao término dos discursos, os principais líderes petistas reuniram – se no palanque. Estava também presente à convenção, o Senador Eduardo Suplicy, que fez campanha a favor de sua ex – mulher, a quem fez vários elogios.

"Companheiro" onipresente

Pôde ser sentida por cerca de 1.300 presentes ao Expo Barra Funda, zona oeste da capital, apesar de não ter comparecido à convenção, a presença de Paulo Pereira da Silva (PDT - SP), o Paulinho da Força. A aliança com o bloquinho (PCdoB, PSB, PDT, PTN, PRB) causou desconforto durante a aprovação das propostas de governo.
"Para quê fazer alianças com o PDT? Nós temos que ser contra. Um partido para fazer aliança com o PT tem que ser voltado ao movimento social e não a pessoas como Paulinho da Força, que só trazem podridão ao partido", disse. O vice da chapa, Aldo Rebelo, defendeu a coligação, que chamou de "vitória política". "Vamos enfrentar dificuldades e vamos vencer", disse Aldo.

Deixa o homem trabalhar

Lula não pode antecipar o processo eleitoral. Também não pôde estar presente à convenção. Sobre a aliança com o bloquinho, a chapa é ideal,principalmente quando se pensa em 2010, ano da eleição presidencial. É o que afirma o deputado federal Jilmar Tatto (PT - SP)

Estrela cadente

A pesquisa do Ibope, de 25 de junho, mostra que Marta Suplicy aparece com 31% das intenções de voto. Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece com 25%. Ou seja, estão tecnicamente empatados na pesquisa. Isso porque, a margem de erro da referida é de quatro pontos, para mais ou para menos. Marta é também a candidata que tem o maior índice de rejeição. Com base nesta mesma pesquisa, ela é rejeitada por 32% dos entrevistados.
O que poderia justificar a rejeição, entre outros fatores, seriam as medidas e excessos de tributos criados pela petista em sua gestão. Quando era a prefeita da cidade de São Paulo, ficou conhecida pela alcunha “Martaxa”. Medidas estas que,somente agora, ano de eleições, disse se arrepender.