domingo, 22 de junho de 2008

Política: eleições municipais

Candidatura de Geraldo Alckmin é oficializada em SP

Paula Mattäus

Hoje, o ex – governador Geraldo Alckmin, em convenção de seu partido, foi oficializado candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo. Com a participação do governador paulista José Serra e sem o apoio da bancada de vereadores, Alckmin e Gilberto Kassab vão disputar voto a voto e levar para as eleições outra disputa: a interna dos tucanos. Ontem, José Serra retirou o apoio que dava a chapa e ao partido à candidatura do prefeito Gilberto Kassab (DEM). A candidatura de Kassab foi oficializada em convenção do Democratas no dia 14.
O ex – governador, Geraldo Alckmin, disse a jornalistas antes do início da convenção, ser mais que natural em um partido da proporção do PSDB que haja opiniões divergentes quanto a quem seria ou não o melhor candidato a disputar o pleito, para ele, com sua escolha, as divergências chegaram ao fim. “Agora é trabalhar por São Paulo”. Alckmin também afirmou que vai dar apoio à eleição dos vereadores que estão na chapa kassabista. "Todos contarão comigo. Vou trabalhar por eles", disse.
Em discurso, na convenção ocorrida na Assembléia Legislativa, Serra, que fez Alckimin aguardar o início da cerimônia da convenção, tentou separar o racha do PSDB municipal da corrida pela eleição presidencial de 2010. Alckimin, que em 2006 entrou em uma “saia justa” por ter sido mal escolhido pelo PSDB para concorrer à eleição presidencial, agora dá espaço a José Serra, para que ele se confirme, ou não, como a melhor opção do partido. Antes do início da convenção, o principal articulador da tentativa de obter apoio tucano à candidatura de Kassab admitiu que emissários de Serra fizeram um apelo pela desistência da chapa.

De olho no Planalto

Serra, em seu discurso, também tentou desvincular a eleição de 2010 com as eleições municipais, em especial, a paulistana. "Há um mito criado nos últimos meses com relação a 2010. Na verdade não é 2010 que está em jogo nesta eleição. O que está em jogo é a cidade de São Paulo", afirmou Serra, que tem trabalhado dentro do PSDB a indicação para ser o candidato da sigla na sucessão presidencial.
Com o apoio que dá a candidatura Kassab, o que Serra deseja é que, futuramente, se confirme a garantia de apoio dos Democratas e que este corresponda às suas necessidades. Isso porque em 2004, PSDB e DEM elegeram Kassab, então conta com o DEM em 2010 e no segundo turno. "Se a aliança não se traduziu em uma candidatura única, ela tem, sim, que se traduzir no segundo turno".
Quando o assunto é eleição presidencial, Alckimin prefere sair pela tangente: disse que vai atuar para unir as candidaturas de Serra e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que também pretende ser candidato pelo partido. "Vencendo, vou cumprir os quatro anos de mandato, eu já fui governador. O Serra sempre contou comigo, vai contar comigo em 2010. Eu vou trabalhar para unir os dois (Serra e Aécio), aliás os três, tem o (senador) Arthur Virgilio também", disse. O vice na chapa com Alckmin é o deputado estadual Campos Machado, do PT. Pesquisas Datafolha e Ibope indicam Marta Suplicy (PT) e Alckmin tecnicamente empatados na liderança e Kassab em terceiro.